terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Papel do Professor Universitário

O PROFESSOR DO ENSINO SUPERIOR

Devido à necessidade crescente de aperfeiçoamento, muitos procuram uma graduação ou pós- graduação a fim de se posicionar melhor no mercado de trabalho. Consequentemente o número de professores tende a aumentar na mesma proporção. Assim muitos profissionais estão também interessados em ingressar na docência do ensino superior, mas encontram determinadas dificuldades, pois diferentemente daquele professor de carreira que começou no magistério, e paulatinamente passou pelo primeiro e depois segundo até chegar ao terceiro grau adquirindo assim uma experiência prévia de ensino, esse novo profissional do ensino chega ao terceiro grau como primeira experiência e muitas vezes sem ter tido em se currículo a licenciatura. Muitos procuram respostas em uma pós mais específica em didática ou pedagogia para sanar esta deficiência, mas, no entanto não se sentem satisfeitos e de certa maneira ainda inseguros de como proceder dentro de uma sala de aula.
Sem menosprezar qualquer formação pedagogia que este professor possa vir a ter ainda assim muitas perguntas ficarão sem respostas e o mais grava não há muitos trabalhos científicos de Didática Aplicada ao ensino superior, assim resta ao professor fazer este trabalho observando a reação e recepção dos alunos ás suas aulas, procurando sempre o melhor caminho. Ao início de um semestre ou ano letivo de acordo com cada instituição, faça logo no primeiro dia uma analise de necessidades, ou seja, em primeiro lugar é necessário que o professor saiba o que o aluno precisa aprender da sua matéria naquele semestre, mas para que possamos corresponder às expectativas dos alunos faça um questionário para avaliar as necessidades deles. Este questionário pode conter perguntas como: O que você espera deste curso, por que escolheu esta área? E assim por diante. É fundamental lembrar qual é o papel do professor quer seja ele de primeiro ou segundo grau ou professor universitário.

I- O PAPEL DO PROFESSOR

1- Conhecer o conteúdo a ser lecionada a fundo;
2- Ser o exemplo;
3- Conhecer seus alunos;
4- Fazer sempre seu melhor independentemente da colaboração dos alunos;
5- Ser um aprendiz eterno;
6- Aprenda com seus alunos também;
7- Mostrar interesse no aprendizado dos alunos;
8- Ser paciente;
9- Ser persistente, nunca desista de um aluno;
10- Sorria;
11- Seja um líder do saber. O papel do líder não é formar seguidores, mas sim formar lideres;
12- Esteja atualizado, leia jornais, revistas, livros, tenha outros conhecimentos como saber um pouco de História, Geografia, Filosofia, Literatura, Política;
13- Leve seus alunos a pensarem, refletirem, resolver problemas, serem críticos;
14- O bom professor é aquele cujos alunos sabem bem sua matéria;
15- Respeitar aos alunos e suas diferenças;
16- O professor deve ser um buscador, ou seja, vai buscar o aluno no mundo dele e o traz para a luz do saber, do conhecimento;
17- Não ser paternalista, o aluno deve merecer a nota, não tente ser bonzinho, afinal que tipo de profissional estaremos formando? O graduando deve estar preparado ao terminar sua graduação para exercer uma profissão com eficiência;
18- Seja modesto, o professor não esta em aula para se exibir, e sim para ensinar;
19- Autoavaliação e avaliação constante dos alunos;
20- O professor deve ser ético;
21- Facilitador;
22- Pesquisador;
23- Leitor;

O professor deve conhecer o conteúdo a ser lecionado a fundo. Muito se fala do professor conteudista, ou seja, aquele professor que passa o conteúdo e pronto, missão cumprida, errado, o professor deve sim fazer de todo o possível para que os alunos entendam o que ele esta explicando, sem com isso baixar o nível de sua aula. Cabe ao professor se esforçar em propiciar ao aluno o maior número de insumos possíveis para seu aprendizado. Experimente dar a mesma aula de mil maneiras diferentes, pois os alunos são diferentes e muitas vezes uma atividade proposta em uma turma pode levar dez minutos em outra turma levar a aula inteira. Sempre leve ou programe mais atividades do que o tempo permite para não ser surpreendido no meio de uma aula. Na realidade falta muito conteúdo nas aulas e no desejo muitas vezes de fazer uma aula mais atraente o conteúdo é deixado de lado.
Outro ponto a ser realçado é: o aluno ainda considera o professor um modelo, por isso cabe ao professor dar bons exemplos desde os míninos como não chegar atrasado, estar vestido apropriadamente, não usar linguagem vulgar ou falar palavrão. O professor passa sim o conhecimento para o aluno, por isso ele deve emanar este conhecimento em sala de aula. Muitos alunos não chegam ao terceiro grau preparados, assim logo no início os alunos sofrem de certo estranhamento com a linguagem científica, mas com o tempo o aluno vai se habituando a mesma.

II- A AULA

No início o professor vai passar um pouco a mais de tempo para preparar sua aula, e depois ficará mais a vontade nas aulas seguintes. Mostre boa vontade, seja agradável, lembre-se que o professor deve orientar aos alunos, qual é o caminho a ser percorrido para o conhecimento, e estar aberto a outros meios também de como chegar lá.
Sempre nos perguntamos como dar uma aula? Bem tente encarar essa aula como uma conversa que você vai ter com outras pessoas sobre um determinado assunto. Prepare na sequência do que vai ser abordado antecipando possíveis dúvidas. Vá por partes e pergunte aos alunos se estão acompanhando seu raciocínio, continue e lembre-se sempre de mostrar para que os alunos estão aprendendo determinado assunto ou matéria, e de como aplicar na prática. Deixe seus alunos participarem das aulas, muitos professores evitam perguntas por medo de não saber a resposta, neste caso cabe ao professor ir buscar esta resposta e assim aprender com isso. Muitos alunos também trazem algum conhecimento do assunto o que só faz a aula mais interessante. A apresentação da aula pode ser em “power point” mas não fique lendo os slides, afinal para isso o aluno não precisa de professor. Ser comunicativo é não perder os alunos de vista um só minuto, fale, explique, não fique sentado, movimente-se, pergunte, questione, fique sempre de frente ao seu público.
Ao final de cada aula faça um resumo do que foi discutido, use também palavras chave, dessa forma o aluno vai aprendendo a fazer resumos. Pergunte sobre o tema da aula para certificar-se que os alunos entenderam, a aula deve ser como um pacote que o aluno leva para casa, se ele não estiver bem fechado e amarrado, o que estiver dentro cairá pelo caminho. Amarrar a aula no final significa averiguar o que foi aprendido e frisar novamente os pontos mais importantes. No início da aula seguinte volte o pouco na aula anterior para fazer uma ligação com a aula de hoje. Caso os alunos estejam tendo dificuldades, volte explique novamente ofereça outros textos de leitura, outros autores, incentive a pesquisa. Nunca deixe os alunos com dúvidas. O aluno mesmo aqueles menos interessados sempre colaboram quando percebem a boa vontade do professor em fazer de tudo para que eles aprendam. A maioria das universidades e faculdades usa a internet como meio de oferecer a matéria de cada professor, chamados de “sillabus” e ao acessar a página na rede o aluno recebe as informações dos trabalhos e estudos a serem feitos. Use essa ferramenta para ampliar muito mais e oferecer insumos aos seus alunos. Alguns professores temem ensinar tudo o que sabem como se isso fosse diminuí-los ou perder o poder do conhecimento, na realidade quanto mais você ensina tudo o que sabe mais aprende também, é muito difícil superar ao mestre se este mestre estiver sempre em movimento. O ideal seria o discípulo superar ao mestre. E finalmente não fique em um pedestal como dono do saber, isso não é papel de professor, use tudo que tiver ao seu alcance, filmes que tenham relevância com o assunto, Música, aspectos Históricos e Culturais, Filosóficos, Matemáticos, Artísticos, relacione-os com assuntos atuais, o que esta acontecendo em seu país e no mundo. Já há estudos científicos do cérebro que comprovam que aprendemos por associação, assim quanto mais associações forem oferecidas em relação ao que esta sendo ensinado mais os alunos aprendem. Procure sempre associar o que esta sendo ensinado à realidade do aluno, e a todos os aspectos possíveis que encontrar. O professor também deve ser um pesquisador e educador dono de diversos saberes.

III- A AVALIAÇÃO

A avaliação não somente é feita por provas e trabalhos, avaliar ao final de cada aula o que o aluno aprendeu, se este sabe o assunto que foi tratado naquele dia, faça perguntas, questione dessa maneira o professor consegue avaliar aos alunos como a si próprio. Avaliar ao termino de cada aula significa não deixar acumular dúvidas, que no fim serão tantas que não vai haver tempo para solucioná-las e se levarmos em consideração que com dúvidas o aluno não vai progredir e no final obter uma nota muito boa. O conteúdo ficará prejudicado, pois o aluno que não acompanhou a primeira aula não vai entender as seguintes tornando-se desinteressado pelo simples fato de não mais conseguir acompanhar às aulas. Com uma avaliação mais freqüente é possível também reprogramar o cronograma, pois podemos nos demorar mais um pouco em assuntos mais complexos e compensar o tempo com outros mais simples. Mas sempre ter em mente que não adianta correr, para terminar todo o conteúdo se o aluno não esta acompanhado.

IV- A PESQUISA

Normalmente o aluno que não pesquisa é porque ele não faz a mínima idéia de como fazê-lo, especialmente quando não domina o assunto. Para uma boa pesquisa precisamos das palavras chave, do domínio do vocabulário científico, por isso o professor ao termino de cada aula pode ajudar ao aluno em um primeiro momento a pesquisar. Leve os alunos ao laboratório e a Biblioteca, use os computadores para pesquisa, propicie as palavras chave. Dessa maneira o aluno vai aprendendo a pesquisar sozinho. Incentive a leitura, leve livros a sala de aula, não somente assuntos relativos à sua matéria, mas a outros temas importantes, atuais. Incentive seus alunos a fazerem outras pesquisas, sugira projetos de como eles podem melhorar seus bairros ou comunidades com o que estão aprendendo na universidade. Cerque seus alunos de alternativas para o aprendizado. Hoje os recursos são imensos, mas pouco usados. Leve seu aluno a pensar e questionar e ao longo da graduação desafiar o aluno a criar conhecimento.

V- TRABALHO EM GRUPO

Normalmente os alunos são divididos em grupos para apresentação de trabalhos. Durante as apresentações o professor só assiste para depois avaliar. Muitos alunos acham que estão tendo aulas ministras por alunos. Assim após cada apresentação agradeça pela apresentação e enfatize o que não foi enfatizado e realce os pontos mais importantes e situe os alunos tudo o que for importante relativo aquele trabalho.
Ao dividir a sala em grupos, muitos preferem ficar com os que já conhecem ou se dão melhor. Fica difícil de evitar que tais grupos mais homogêneos se formem. Muitos alunos estudam juntos por alguns anos e mal se conhecem. Muito se tem falado que os alunos precisam interagir para facilitar o aprendizado, que a escola deveria ser um lugar de socialização, mas na prática isso pouco acontece.
Cabe ao professor novamente por a turma toda para trabalhar. Ao início de cada semestre ou ano conforme o calendário de cada instituição, peça aos alunos para abrirem uma conta no “Google Groups “ ou “ facebook” ou algum desses sites sociais, para que todos os alunos tenham um contato na rede fora da sala de aula. Qual a finalidade disto? Bem através dessas redes sociais os alunos compartilharam seus trabalhos, poderão fazer perguntas a todos os outros alunos da sala, mesmo aqueles que mal conversam entre si dentro da instituição, na rede a interação ocorrem de uma maneira mais espontânea. Use esta ferramenta para que haja um maior entrosamento entre os alunos, que eles aprendam a colaborar e ajudar aos outros colegas. Existem alguns alunos que normalmente possuem um desempenho melhor que outros assim estes poderiam ajudar aqueles que estão com mais dificuldades, afinal ensinando também se aprende. E finalmente fazendo isto os alunos se ajudam e também aprendem a colaborar e compartilhar seu aprendizado e publicar seus trabalhos na rede para que todos os outros alunos tenham acesso, observa-se que ao compartilhar os trabalhos criamos mais uma via de aprendizado.

VI- USO DA TECNOLOGIA

O uso das tecnologias existentes e as que viram, não servirão de nada sem que haja um bom professor e um ótimo conteúdo para que todas as ferramentas existentes possam realmente contribuir para o aprendizado. “Assim o “Power Point” ajuda muito ao professor preparar suas aulas de maneira organizada e limpa, mas não devemos nos esquecer que a aula deve ser ministrada pelo professor e não usar o Power Point” para ficar lendo longos textos. O “Power Point“ serve para organizar itens e gráficos e até usar filmes, fotos para ilustrar sua aula.
Atualmente a maioria dos jovens usam as redes de relacionamentos para quase tudo, portanto por que não usar esta ferramenta para que o conhecimento aconteça dentro dela com todos os alunos compartilhando seus trabalhos e conhecimentos com os alunos de sua sala de aula ou até mesmo com todos os alunos da universidade e mais com outros alunos de outras universidades. E claro teremos alunos de outras faixas etárias e muitas vezes até idosos que voltaram a estudar, e na minha experiência da prática pedagogia não oferecem resistência as novas tecnologias e participam desde que tenham oportunidade de aprender a usar as redes sociais.

REFERÊNCIAS PARA LEITURA


GIL, Antonio Carlos. Didática do Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 2009
http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/professor-um-profissional-ou-um-gestor-de-sonhos-563301.html Acessado em 03/09/2009
http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/a-formacao-do-professor-universitario-como-intelectual-transformador-928538.html Acessado em 03/09/2009
http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/o-professor-universitario-932506.html Acessado em 03/09/2009
DELORS, Jacques. Os quatro pilares da educação. http://4pilares.net/text-cont/delors-pilares.htm Relatório apresentado para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors que ocupa o quarto capítulo do livro: Educação um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez Editora; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 1999. – acessado em 08/05/2010 às 20h30min.

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